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sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O que não te contam sobre morar nos EUA

    O que não te contam sobre morar nos EUA


Especialista em Imigração explica diferenças e dificuldades no cotidiano americano

Divulgação


Segundo o Itamaraty, existem cerca de 1.9 milhão de brasileiros morando nos Estados Unidos. Seja pela busca por melhor situação financeira, segurança ou um futuro melhor para os filhos, nenhum outro país atrai tanto imigrantes do Brasil como a América, e a tendência é que esta população aumente ainda mais nos próximos anos.

Entretanto, existem muitos desafios que poucas pessoas levam em conta na hora de decidir começar uma nova vida nos Estados Unidos. O advogado de imigração Marcelo Gondim, que já auxiliou milhares de brasileiros em seus processos de vistos americanos e green cards, dá alguns exemplos de situações inesperadas do dia-a-dia que podem fazer a diferença no processo de planejamento e adaptação nos EUA. Confira!

Fluência no idioma é fundamental - “Por mais incrível que pareça, muitos brasileiros que já moram há anos nos EUA nunca se preocuparam em aprender Inglês. Este é um erro grave já que, ao não saberem se comunicar bem no idioma local, eles perdem muitas oportunidades de melhores empregos. O conselho vale, especialmente, para as novas gerações de imigrantes - em um mundo cada vez mais globalizado, falar Inglês é essencial para alcançar um futuro profissional mais valorizado e, também, para interagir plenamente na sociedade americana”.

Diga “Adeus” às leis trabalhistas que você conhece – “Pouquíssimas férias, quase nenhum feriado, meia hora de almoço para comer um sanduíche e voltar ao trabalho, ser acionado pelo chefe antes ou depois do horário comercial sem receber hora extra, empresas que não oferecem benefício algum além do salário.... Para muita gente, esta é a realidade do mercado de trabalho nos EUA. É claro que existem compensações como altos salários e muitas oportunidades de emprego, mas o imigrante brasileiro deve se preparar para ‘desapegar’ da proteção trabalhista com a qual está acostumado com a CLT brasileira”.

Conheça o sistema americano de crédito – “Não basta ter dinheiro guardado. Quando um imigrante chega aos EUA, é preciso compreender como funciona o sistema de crédito (Score) do País. Basicamente, você pode se mudar e abrir no mesmo dia uma conta no banco de forma bem simples, mas leva tempo até que você ganhe a confiança do sistema financeiro. O Score é uma pontuação, que vai crescendo à medida em que você vai criando laços com os EUA, como alugando um apartamento, comprando um veículo, pagando as contas em dia etc. Da mesma forma, esta pontuação pode baixar caso você não consiga honrar seus compromissos ou precise pedir um empréstimo. Manter um bom score é muito importante para fazer praticamente qualquer coisa nos Estados Unidos”.

Esqueça o “jeitinho brasileiro” – “Os EUA são uma sociedade organizada com leis bem claras e punições exemplares para quem tenta burlar o sistema. O famoso ‘jeitinho’ não tem vez no País, e isso se percebe no cotidiano, em todos os círculos sociais. Esqueça as gambiarras como ‘furar fila’ ou sonegar impostos e siga as regras”.

Prepare-se para um sistema de saúde problemático - “Provavelmente, a pior parte de morar nos EUA é encarar o sistema de saúde americano. O atendimento público é ineficiente e limitado, o que torna praticamente impossível viver no País sem pagar um seguro médico particular. Mesmo assim, a maioria esmagadora dos seguros não cobrem todos os gastos e não é anormal ter que desembolsar algumas centenas (ou até milhares) de dólares para fazer consultas e tratamentos simples com médicos e dentistas”.

Lide com as dificuldades de clima - “Muita gente acha que esta parte é fácil, mas morar em um lugar com um clima muito diferente do que se está acostumado continua sendo um dos principais fatores que levam os imigrantes a desistirem e voltarem para seu país de origem. Não por coincidência, a maioria dos imigrantes brasileiros busca a Flórida e a Califórnia para viver, locais que possuem temperaturas mais próximas às do Brasil. Só que o problema não é apenas fugir do frio, mas, também, se preparar para desastres naturais como furacões, terremotos e nevascas, coisas que não temos no Brasil”.

Não fique ilegal em hipótese alguma - “Regularizar sua situação imigratória é o melhor ponto de início para um futuro bem-sucedido nos Estados Unidos. Lembre-se que sem estar devidamente documentado a pessoa irá permanentemente viver nas sombras, sem direitos e com o constante medo de ser preso ou deportado. Existem muitas oportunidades de se legalizar diante das autoridades americanas e obter um green card. Então, a dica é fugir dos maus conselhos e buscar uma via imigratória legal nos EUA”.


Sobre Marcelo Gondim  

Marcelo Gondim é advogado licenciado na Califórnia e especializado em Imigração para os Estados Unidos. Possui mais de 20 anos de experiência em processos de green card e vistos americanos. Ele nasceu no Brasil, mas também possui cidadania americana.

Marcelo é fundador e o principal advogado da Gondim Law Corp, escritório de Advocacia Imigratória sediado em Los Angeles. 

www.gondimlaw.com

www.instagram.com/gondimlaw/

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